Dor não tem idade

Dor não tem idade

Descrita como uma sensação pessoal (cada um percebe de uma forma diferente) e desagradável, a dor é um mecanismo de proteção natural o qual nos avisa que algo de nocivo ocorre em nosso organismo.

Qualquer indivíduo, em qualquer idade já experimentou algum tipo de dor, contudo, popularmente, existe a crença que os idosos sentem mais dor. Em verdade, nesta época da vida é maior a chance de ocorrer algum problema de saúde que causa dor, a exemplo das artrites, escolioses, fibromialgia, tumores entre outros. Paradoxalmente a este pensamento, quando envelhecemos o nosso limiar para dor aumenta, significando que para um idoso sentir dor ela tem que ser maior. Na prática médica muitas vezes observamos pessoas na terceira idade com apendicite aguda sem referir qualquer tipo de desconforto abdominal. A conseqüência deste fato é um diagnóstico mais difícil, fazendo perder minutos preciosos, e favorecendo complicações.

A dor pode ser aguda ou crônica. No primeiro caso, ela aparece rapidamente e depois de alguns dias, quando a causa já foi resolvida, melhora e desaparece. Temos como exemplos: fraturas, entorses, sinusite, dor de dente. Para trata-la, normalmente, são usados analgésicos comuns e antiinflamatórios.

Já a dor crônica inicia-se lentamente e permanecem por messes. É possível que uma dor aguda, por não ser bem resolvida, transforme-se em crônica. Artroses, neuropatia causada pelo diabetes, tumores, enxaquecas, são exemplos muito comuns. O tratamento é complexo sendo necessária associação de vários medicamentos, para dar conforto ao paciente, envolve não apenas médicos, mas toda uma equipe, incluindo fisioterapeuta, psicólogos, terapeutas ocupacionais, para atacar a dor e sua causa de todos os lados.

É importante ter em mente, que a dor deixa memória e por isto muitas vezes mesmo depois do problema resolvido o tratamento da dor continua, até que esta memória seja completamente apagada.

Como conseqüência deste quadro podemos ter insônia, depressão, ansiedade, as quais por sua vez também pioram a sensação dolorosa. Identificar estes problemas e trata-los adequadamente dependem o sucesso do tratamento.

A dor crônica causa uma queda vertiginosa na qualidade de vida do enfermo e independente da causa deve ser combatida. O mau controle faz com que o paciente procure serviços de pronto atendimento, recebendo medicações de ação rápida e efeito curto, enquanto que o ideal é um acompanhamento de longo prazo, se possível com um especialista de dor.

Existem muitos aliados no combate a dor. A acupuntura e as técnicas de relaxamento são cientificamente eficazes tanto na ação local como na modulação cerebral da dor. Técnicas utilizando meios físicos seja calor ou frio, também tem indicação à depender de cada caso. A fisioterapia é um mundo à parte e tem tanta importância quanto o uso de analgésicos, dispondo de meios posturais, mecânicos, relaxamento, aplicação de eletroestimulação, entre outros. Em casos extremos e específicos, técnicas neurocirúrgicas podem ser usadas no combate a dor com resultados promissores.

Como vimos esta é uma guerra que para vencermos, é fundamental a participação de todos: profissionais da saúde, pacientes e familiares.

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